Introdução ao cinema brasileiro (1959), de Alex Viany: reflexões sobre o espaço de experiência e horizonte de expectativas do lugar de produção
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2025v18n35p193-227Palavras-chave:
Alex Viany, Cinema brasileiro, Historiografia, Lugar de produção, HistoricidadeResumo
Ao longo dos últimos vinte anos os pesquisadores do cinema brasileiro têm exaustivamente estudado os trabalhos históricos pertinentes ao nosso cinema que foram elaborados a partir da segunda metade do século XX. Nesse processo, avanços significativos estão sendo alcançados, entretanto, a ultrapassagem do estágio de apenas refutar a “historiografia clássica” do cinema brasileiro ainda se constitui em um desafio, especialmente devido à marginalização da reflexão acerca da historicidade dos trabalhos analisados. Por esse motivo, a partir das reflexões de Michel de Certeau (2007) sobre o “lugar” do pesquisador em história e das categorias de “espaço de experiência” e “horizonte de expectativas” elaboradas por Reinhart Koselleck (2006), este artigo possui o propósito de problematizar teórico e metodologicamente a obra Introdução ao cinema brasileiro (1959), do crítico e cineasta Alex Viany (1918-1992). Com o objetivo de investigar seu lugar de produção e resgatar sua historicidade, visamos enfatizar em Viany os procedimentos de adesão ou não às perspectivas ideológicas e temáticas, sua proposição de noções e conceitos, assim como sua construção de recortes e contextos para a história do cinema brasileiro.
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