Gersem Baniwa e a educação na Amazônia: saberes ancestrais para um caminho de resistência
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2025v20.e53022Palavras-chave:
Gersem Baniwa, Educação, Ancestralidade, Interculturalidade crítica, AmazôniaResumo
Este ensaio propõe uma reflexão sobre a educação na Amazônia, tendo como eixo central uma palestra do intelectual e líder indígena Gersem Baniwa, em diálogo com produção bibliográfica. O texto analisa os desafios históricos impostos pela concepção educacional ocidental, marcada pelo processo de colonização e por uma perspectiva eurocêntrica que, ao longo do tempo, negou e silenciou as epistemologias indígenas. Gersem Baniwa defende uma educação fundamentada em uma “ontologia viva”, que articula as dimensões do ser humano, da natureza, do saber e da espiritualidade como elementos indissociáveis. O pensamento de Gersem Baniwa nos convoca à construção de um projeto pedagógico comprometido com a pluralidade epistêmica, a justiça territorial e o fortalecimento das identidades indígenas. Ao propor a valorização das epistemologias dos povos tradicionais, especialmente dos povos indígenas, Baniwa nos conclama a naturalizar a humanidade e a humanizar a natureza, como forma de resistência à lógica colonial, ecocida e monocultural que caracteriza a modernidade.
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